Uma surpresa inesperada - AUTORA: Witchgiza
capítulo
I
Era noite de lua cheia num dia de outono chuvoso e acabava de chegar
aquela casa, chegava para me abrigar, mas sentia nela algo que
remetia uma lembrança mas não sabia qual era, já que não estive
ali, pelo menos não me lembrava.
Resolvi entrar, já que era uma casa abandonada, de andar, com a
aparência de que fazia muito tempo que ninguém morava naquela casa
podia enfim passar uma noite ali já que aquela chuva não iria parar
tão cedo, mas o mais estranho é que aquela casa os moveis ainda se
encontravam ali, parecendo sei lá o que, não sei se era abandono ou
fuga ou se era algo que se encontrava na justiça, enfim, como não
tinha ninguém resolvi me abrigar.
Luz de lampiões e velas? Estranho, só via isso em filmes antigos,
mas o bom que como não era luz elétrica não iria levantar muito de
alguém que estiver passando querer se abrigar também.
Acendi então, vários candeeiros, vários castiçais percorrendo
pela casa, resolvi então ver se tinha algo que pudesse comer, mas
como era de se esperar, só tinha chá de artemisia. Resolvi então
fazer e beber, enquanto a água no fogão fervia dentro daquele bule,
subi as escadas e fui de encontro a encontrar alguma roupa seca, e um
quarto onde pudesse repousar.
Estranho como cada cômodo, cada coisa nesta casa me soa tão
familiar. Sabia onde ir e qual quarto entrar. De fato entrei num
quarto belíssimo, com uma cama em madeira rústica com uma colcha de
cetim vermelho com um espelho enorme na parede, uma penteadeira que
tudo parecia ali nunca ter sido mexido.
Fui até o closet e vi inumeros vestidos, mas um deles me agradou de
tal forma, que resolvi imediatamente trocar pelas roupas molhadas.
Era um vestido preto com detalhes no corselete e uma saia longa um
pouco rodada. Estava exuberante com ele, me sentindo a mulher mais
temida e mais linda de todas.
Então, numa casa onde só o barulho da chuva lá fora ecoava por
entre aquelas paredes, escutei enfim o som da chaleira e fui de
encontro a cozinha para enfim preparar o meu chá de artemísia.
Capítulo II
Após tomar meu chá de artemísia, resolvi repousar naquela cama
maravilhosa pois de repente me deu um sono absurdo. Segui adiante
àquele quarto maravilhoso para poder descansar. E então, adormeci.
Senti por entre aquela colcha uma mão percorrendo meu corpo, me
tocando, e de repente senti como se estivesse sendo mordida, resolvi
então despertar.
Ao olhar para debaixo da colcha não havia nada, e nem ninguém. E
fui até o espelho me olhar para ver se estava marcada. E de fato
estava com algumas marcas pelo corpo. Mas como isso era possível?
Como pode algo ou alguém estar me tocando se não tinha ninguém.
Então, ao olhar em direção a porta vi a sombra de um homem em pé
me observando e perguntei quem era ele, mas não tive resposta. Senti
dentro de mim meu sangue gelar e ao mesmo tempo não tinha medo
daquele homem ali em pé me olhando e então, aquela sombra que
estava ali começa a correr pelo corredor e enfim, tomei coragem e
fui adiante atrás daquela sombra.
Só que a sombra daquele homem sumiu por entre aquela parede do
corredor que terminava ali. Então na minha cabeça comecei a escutar
uma voz:
- Sua tonta, puxa o candelabro que está preso na parede que você
vai ver o que acontece!
Meu corpo dizia não mexa, não mexa, mas a voz era mais forte que
meu corpo e então puxei aquele candelabro e enfim, a parede começou
a abrir.
Era uma passagem secreta, mas como estava escuro, resolvi voltar ao
quarto para pegar aquele candieiro que deixei lá, mas ao virar as
costas para voltar, senti sua mão me tocando e assim uma voz ao pé
do meu ouvido dizendo:
- Volte, a luz irá surgir a cada passo que der aqui dentro, aqui é
o seu lugar, é onde você deve estar de volta.
Fechei os meus olhos, pois não queria olhar um misto de medo e
angustia, mas não um medo daquela voz sussurrando ao meu ouvido, mas
medo do que eu iria descobrir.
Então o obedeci e segui adiante. A cada passo que dava sob aquele
corredor de parede de pedras e descendo aquela escada, as luzes das
tochas iam se acendendo como um passe de mágica.
Capítulo III
A cada passo que dava sentia meu coração acelerar mais e mais, e
enfim cheguei aonde aquela sombra daquele homem me levou,
simplesmente não acreditava no que estava vendo, era simplesmente
lindo!
Caldeirão, pós e poções sobre umas prateleiras de madeira, mas
espera aí? Tem algo mais ali a frente!
Resolvi seguir adiante por detrás daquelas cortinas velhas e lá
estava ela dentro de um círculo mágico todo iluminado com velas,
mas eu não conseguia vê-la direito pois ela estava toda encolhida
com o rosto atrelado ao chão, mas a sombra daquele homem veio se
aproximando e chegando bem perto das iluminações de um candieiro em
cima de uma mesa velha de madeira.
Eu não acreditava no que via em minha frente! Era ele! Ele que
sempre vinha nos meus sonhos. E então ele enfim começa a falar
comigo com um sorriso meigo:
- Bem vinda de volta meu amor!
Amor! Que amor que ele estava falando ali? Pensava comigo.
- Você mesmo minha cara feiticeira. Partiste para outro mundo e nem
sequer me levaste.
Resolvi então começar minhas perguntas a ele:
- Eu? Tem certeza que eu sou uma feiticeira? Acho que estás a
confundir com outra pessoa.
- Não estou não. Feche os olhos, e veja dentro de você o que estou
falando.
Resolvi fechar então meus olhos, afinal, o que tinha a perder mesmo.
Comecei então a sentir em mim uma energia muito forte, um calor fora
do comum, e resolvi abrir meus olhos.
Não acreditava no que estava vendo, estava eu dentro do círculo
totalmente nua olhando para aquele homem. Mas afinal cadê a mulher
que estava aqui? Quem era ela que sumiu tão rápido e me fez estar
aqui no lugar dela?
- Viu como você esta de volta aonde deveria estar! Viu como está de
volta ao seu lar! Me falava ele.
- Não estou vendo nada, estou vendo apenas uma mágica que nem sei
como aconteceu e eu estou aqui no lugar daquela mulher cadê ela?
Perguntei aquele homem.
- Fecha os olhos novamente. Pede ele a mim.
Não sei para que tanto fecha olho, abre o olho, mas tudo bem vou
fazer o que ele manda, quem sabe não volto ao normal. Fechei meus
olhos e comecei a sentir a mesma sensação de novo, e resolvi então
abrir meus olhos. Mas afinal o que é isso?
Não acreditava no que estava vendo, ele em pé atrás de mim,
colocando em mim um colar com um pentagrama e estávamos frente
aquele espelho e tudo o que parecia velho estava como se nunca tiv
esse sido abandonado.
O abracei com tanta intensidade depois de ver o colar que não
acreditava no que acontecia.
- O que foi meu amor? Me falava ele ao meu ouvido.
- Nada meu querido, só estamos juntos aqui onde voltei ao meu lar, o
lar que nunca deixei de estar.
Enfim, acordei ao lado daquele homem maravilhoso que já havia feito
parte de outras vidas ao meu lado. Era apenas um sonho, mas um sonho
que mostrou apenas uma realidade do que sempre fui.
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